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Os condicionantes institucionais e sociais do recrutamento da elite política do cooperativismo agroindustrial

Autor: Paulo Roberto Neves Costa e Paulo Roberto Stöberl
Resumo: Este artigo analisa o processo de recrutamento dos dirigentes da entidade de representação política do cooperativismo empresarial, os quais compõem o que chamamos de elite cooperativista. O objeto é o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (OCEPAR) nas duas últimas décadas. A pesquisa considerou, de um lado, os condicionantes institucionais, externos e internos a esta entidade e, de outro, os aspectos sociais dos membros desta elite. Além da produção de categorias analíticas que deem conta das particularidades desta elite, foram utilizados a legislação brasileira relativa ao cooperativismo, dados econômicos, documentos da OCEPAR e de outras entidades do cooperativismo e entrevistas. Constatamos que os aspectos institucionais do cooperativismo empresarial e as características sociais dos dirigentes desta entidade ajudam a explicar o fato de os presidentes das maiores cooperativas agroindustriais ocuparem de forma majoritária a diretoria da OCEPAR e, assim, se constituírem enquanto um canal de poder político entre tais cooperativas e a entidade, e desta com as autoridades e instituições políticas. Portanto, verificamos que alguns aspectos institucionais e sociais impactam fortemente o recrutamento desta elite cooperativista e, assim, a constituição do cooperativismo agroindustrial enquanto ator político, dimensão de grande relevância para tratarmos da sua importância econômica.
Periódico: Rev. Econ. Sociol. Rural