Quando imaginávamos que as ansiedades da Guerra Fria tinham ficado definitivamente para trás, eis que frases contundentes e discursos cheios de adjetivos voltam a ser utilizados para louvar ou estigmatizar o marxismo. Novamente, a simples referência a Marx suscita reações apaixonadas e pouco reflexivas. Este livro é o oposto de tudo isso. Acadêmico, pouco preocupado com as paixões que envolvem o nome de Marx, distante de questões atinentes à prática política diária ou à luta revolucionária, o livro tem uma única preocupação: investigar as possibilidades de o marxismo se encaixar nos cânones da ciência social. Dentro desse espírito, discutem-se questões centrais dessa teoria, como a ação coletiva das classes, a função do Estado capitalista, o lugar da política na totalidade social e o valor heurístico da explicação funcional. A questão é uma só: é possível ser, ao mesmo tempo, marxista e cientista social?